Sísifo: muito trabalho e pouco resultado!

Você conhece o livro Mais Esperto que o Diabo? Deveria ter sido baseado em Sísifo!

Sísifo, rei da Tessália e de Enarete, era o filho de Éolo. Fundador da cidade de Éfira, que mais tarde veio a chamar-se Corinto e, na época, considerado o mais astuto dos mortais. Era tão inteligente que conseguiu enganar a própria Morte, aprisionando-a e depois causando problemas para dois deuses:

• Hades, rei do Inferno e dos Mortos, que deixa de receber novas pessoas;
• Marte, deus da Guerra, que não consegue mais atuar pois não existem guerras sem mortes.
Mostrando um profissional tentando empurrar um relógio morro acima, como na metáfora de Sísifo.
Sísifo é condenado mas, ao chegar ao Inferno, engana Hades e volta ao mundo dos vivos. Ou seja, claramente era um cara bom de conversa.

Quando morre pela segunda vez – agora de verdade –, Sísifo volta ao inferno e, para variar, começa a provocar confusões. Só que agora ele não engana mais ninguém.

É condenado a carregar uma pedra de mármore morro acima com a promessa de que será solto se conseguir deixar a pedra lá em cima.

Só que a pedra cai toda vez que chega lá em cima. Sísifo desce, pega a pedra e começa tudo de novo.

Ele passará a eternidade carregando a pedra morro acima, tentando (em vão) se libertar. Afinal, toda vez que chega ao topo, a pedra rola para o outro lado.

Os gregos tinham essa forma peculiar de contar histórias com fundo filosófico e de reflexão.

Chama-se então Trabalho de Sísifo a dedicação a tarefas repetitivas improdutivas, um apego à rotina que, no fundo, é vazia e sem sentido. Um verdadeiro castigo. Ou melhor: maldição.

Muitas pessoas apegam-se a rotinas de baixa performance e até têm orgulho disso. Coisas que funcionaram no passado, mas que agora estão obsoletas e defasadas. Formas de pensar e agir que ficaram ultrapassadas.

Como deram certo no passado, continuam sendo repetidas, na esperança de que algum milagre aconteça, o tempo volte e novamente a pessoa seja produtiva, feliz, ou de alta performance.

Infelizmente é bem comum: o apego a rotinas que já não trazem resultados satisfatórios mas, por serem conhecidas e terem virado hábitos, continuam sendo repetidas. A pessoa fica presa numa rotina eficiente (existe um processo), mas ineficaz (não se alcança o resultado). Esse para mim é o segundo Suplício da Alta Performance: Trabalho de Sísifo.

É um conceito importante de entender: eficiência e eficácia.

Eficácia é fazer algo que dá resultado. Foco da eficácia é no OBJETIVO.

Eficiência é fazer algo da maneira certa (mais rápida, ágil, com menor custo, maior qualidade). Foco é na EXECUÇÃO.

O Trabalho de Sísifo é eficiente (foco na execução, consegue levar a pedra morro acima), mas totalmente ineficaz (a tarefa é, no fundo, inútil).

Se você realmente quer ter alta performance de maneira consistente e sustentável, precisa pensar nesse ponto com frequência: eficiência e eficácia, sem se apegar a rotinas velhas, da zona de conforto, que já não funcionam mais. Se não, acaba no Trabalho de Sísifo: muito trabalho, poucos resultados, frustração permanente.

“O que eu preciso PARAR de fazer?” é uma das perguntas mais importantes que existe na vida e, ao mesmo tempo, uma das que as pessoas menos investem tempo e energia para responder corretamente.

Mas faz toda a diferença. Se for para carregar pedra, que tenha um sentido e um propósito. Se não, é castigo e uma grande maldade que você está fazendo com você mesmo(a).

Como disse Drucker, vários séculos depois: “Nada é mais ineficiente do que tentar melhorar algo que nem deveria estar sendo feito”.

| O mundo está mudando, o seu processo empresarial precisa evoluir também.


Raul Candeloro
Diretor da VendaMais
Fonte: VendaMais
Fonte da Imagem: Freepik

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