Dezesseis mil – essa é a quantidade de palavras que falamos, em média, a cada dia. Então imagine quantos pensamentos passam por nossas mentes. A maioria deles não são fatos, mas avaliações e julgamentos entrelaçados com emoções – alguns positivos e úteis, outros negativos.
A sabedoria predominante diz que pensamentos e sentimentos difíceis não têm lugar nas organizações: os líderes devem ser estoicos ou alegres; devem projetar confiança e amortecer qualquer negatividade que borbulha dentro deles. Mas isso vai contra a biologia básica.
Todos os seres humanos saudáveis têm um fluxo interno de pensamentos e sentimentos que incluem crítica, dúvida e medo. São apenas nossas mentes fazendo o trabalho que foram projetadas para fazer: tentar antecipar e resolver problemas e evitar possíveis armadilhas.
Vemos regularmente profissionais com desafios emocionais recorrentes no trabalho – ansiedade sobre prioridades, ciúme do sucesso dos outros, medo de rejeição e angústia – que criam técnicas para "consertá-las": afirmações positivas, listas de atividades prioritárias, imersão em certas tarefas.
Mas quando perguntamos há quanto tempo os desafios persistem, a resposta pode ser 10 anos, 20 anos ou desde a infância.
Claramente, essas técnicas não funcionam – na verdade, amplas pesquisas mostram que tentar minimizar ou ignorar pensamentos e emoções serve apenas para ampliá-los.
Em um famoso estudo liderado pelo falecido Daniel Wegner, professor de Harvard, os participantes que foram instruídos a evitar pensar em ursos brancos tiveram dificuldade em fazê-lo; mais tarde, quando a proibição foi retirada, eles pensaram em ursos brancos muito mais do que o grupo de controle.
Qualquer um que tenha sonhado com bolo de chocolate e batatas fritas enquanto seguia uma dieta rigorosa entende esse fenômeno.
Ser eficaz não é tentar suprimir suas experiências internas ou acreditar nelas. É abordá-las de maneira consciente, orientada por valores e produtiva – desenvolvendo o que chamamos de agilidade emocional.
Vários estudos do professor Frank Bond, da Universidade de Londres, entre outros, mostram que a agilidade emocional pode ajudar as pessoas a:
• Aliviar o estresse;
• Reduzir erros;
• Melhorar o desempenho;
• Despertar um perfil inovador.
Compartilhamos 4 práticas de agilidade emocional, adaptadas da Acceptance and Commitment Therapy (ACT), originalmente desenvolvidas pelo psicólogo Steven C. Hayes, da Universidade de Nevada:
1) Reconhecer os seus padrões
O primeiro passo no desenvolvimento da agilidade emocional é perceber quando você está viciado em seus pensamentos e sentimentos. Isso é difícil de fazer, mas uma boa pista é quando o seu pensamento se torna rígido e repetitivo.
2) Rotular os seus pensamentos e emoções
A estratégia é nomear o que está sentindo, quando você pensa: “Não estou fazendo o suficiente no trabalho”, mude para “Estou com a impressão de que não estou fazendo o suficiente no trabalho”.
A rotulagem permite que você veja seus pensamentos e sentimentos pelo que eles são: fontes transitórias de dados que podem ou não ser úteis.
Os seres humanos são psicologicamente capazes de tomar essa "visão de helicóptero" de experiências privadas, e evidências científicas crescentes mostram que uma prática simples e direta de atenção plena como essa não apenas melhora o comportamento e o bem-estar, mas também promove mudanças biológicas benéficas no cérebro e no nível celular.
3) Aceitá-los
O oposto do controle é a aceitação – não agindo sobre todos os pensamentos ou resignando-se à negatividade, mas respondendo às suas ideias e emoções com uma atitude aberta, prestando atenção a elas e deixando-se experimentá-las.
Respire fundo 10 vezes e observe o que está acontecendo no momento. Isso pode trazer alívio, mas não necessariamente fará você se sentir bem. Na verdade, você pode perceber o quanto está realmente chateado.
O importante é mostrar a si mesmo (e aos outros) alguma compaixão e examinar a realidade da situação: o que está acontecendo, tanto interna quanto externamente?
4) Agir de acordo com os seus valores
Quando você se desprende de seus pensamentos e emoções, você expande suas escolhas. Você pode decidir agir de uma maneira que se alinhe aos seus valores.
O fluxo de pensamento da mente flui infinitamente, e as emoções mudam como o clima, mas os valores podem ser chamados a qualquer momento, em qualquer situação.
| Desenvolver agilidade emocional não é uma solução rápida, mas, com o tempo, nos tornamos cada vez mais hábeis e temos maior probabilidade de prosperar.
Shana Wajntraub é CEO da Eleve Consulting, psicóloga e autora do livro A Arte da Comunicação de Impacto.
Fonte: Administradores.com
Fonte da imagem: adaptado do Freepik
E você o que faz para melhorar suas emoções? Deixe nos comentários, você pode ajuda muita gente com isso!
1 Comentários
Muito bom seu texto amigo
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